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Dor, saudades, futuro ?

... Dentro do gueto faltava tudo, comida, roupas, remedios e principalmente carvão para cozinha e principalmente para o aquecimento . Para quem mora no Brasil isso pode não ser tão importante mas durante o inverno de 1940, o primeiro que passamos no gueto, fez -30 graus. Era tanto frio que a agua congelava nos canos que estouravam e quando descongelava . Claro que com tanto frio muita gente morreu e os que mais sofriam eram os mais velhos e as crianças . Nesta época meu pai ficou doente. Começou a ter febre alta, diarréia e delirava falando de minha mãe e dos outros parentes que já haviam morrido. Meu pai morreu em menos de uma semana. Não sabemos ao certo do que. Alguns dizem que de tristeza pela solidão e saudades da minha mãe, já outros dizem que foi de tifo, uma doença forte que assolou o gueto durante vários meses matando milhares de pessoas . Depois da morte do meu pai as famílias que viviam perto de nós começam a dizer que eu tinha que casar para ficar mais segura no gueto. Foi ...

Alguns nomes importantes ...

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O gueto era controlado de fora pelos alemães e poloneses, mas dentro alguns judeus formaram uma policia chamada Son dercomando e o principal lider que negociava com os Alemães chamava Chaim Rumkowski. Ele foi o responsável por formar as fabricas de trabalho escravo dentro do gueto que duraram até o final da Guerra.   Muitos  consideram Rumkowski um heroi por ter assim salvo diversas vidas, mas na verdade ele era um aproveitador que desfrutou de várias vantagens como moradia especial, comida e direito de sair e voltar para o gueto enquanto milhares de judeus morriam de fome e frio confinados no gueto. Rumkowiski co stumava passear pelo gueto em um carro de luxo ou montado em um cavalo branco. Esta imagem que representa tanta coisa ruim esta gravada na mente de cada sobrevivente de Lodz.

O Gueto de Lodz

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Em Outubro de 1939 começaram a construir o Gueto de Lodz, na verdade reservaram alguns quarteirões com prédios de apartamentos, fabricas e pequenas lojas ou mercearias. Os apartamentos eram pequenos e teriam que abrigar mais de uma família. As famílias judias tinham que se mudar levando só o que podiam carregar, tinham que deixar pra traz os móveis, roupas, louças, ou seja, levavam basicamente as roupas e os objetos de algum valor como relógios e alguma prataria. ...

Mais um pequeno trecho

... A Guerra começou em Agosto de 1939 com a Alemanha e a União Soviética (Russia) invadindo a Polônia. Foi tudo muito rápido, o exercito Polonês foi massacrado e os soldados fugiram de Lodz uma semana depois da invasão. Antes da guerra os muros estavam pichados com Silni, Zwarci, Gotovi que significa Fortes, Unidos e Prontos. Mas não tínhamos como lutar contra tanques e aviões. O exercito Polonês era antigo, corajoso, mas antiquado. A gloriosa cavalaria real polonesa foi massacrada pelos tanques em apenas alguns dias. ...
Este é um pequeno trecho do inicio do livro que, até o momento, decidi fazer em primeira pessoa: Ola, como vai? A minha mãe me ensinou que temos que sempre educados… O meu nome é Sara Szyfer , contei esta história para a minha neta e seus amigos quando tinha 80 anos porque achei que era hora de registrar um pouco do que passei na minha vida. Os amigos dizem que é uma história importante e vitoriosa. Não tenho certeza disso, só sei que foi dura e muitas vezes achei que não conseguiria chegar aqui. Nasci longe do Brasil, em uma cidade importante da Polônia chamada Lodz em 1920 Meu pai se chamava HERSH e era um funcionário de uma importante fabrica de equipamentos e panelas, uma das maiores da Europa. Ele estudou na Rússia e falava Polonês, Alemão, Russo e Iídiche. Era um judeu moderno, quer dizer que seguia as regras e costumes sem ser ortodoxo.

Retomada dos trabalhos - Antes tarde do que nunca

Na última sexta feira 19/02/2010 retomei os trabalhos no livro sobre a vida de Dona Sara Szyfer. Este trabalho teve inicio em 2006 depois que a minha boa amiga Andrea Szyfer me pediu uma ajuda para organizar as memórias de sua avó paterna que, como judia Polonesa, sobreviveu a Segunda Guerra Mundial passando por Guetos e Campos de Concentração. Sem duvida uma história fantástica que abracei com toda a energia possível. Li alguns livros para entender e conhecer a história da cidade onde Dona Sara viveu e conseguimos fazer 4 entrevistas que registramos em áudio e vídeo. Tudo ia bem até que resolvi trocar de emprego e no final de 2006 o projeto parou. Agora em 2010 retomo este trabalho por ter certeza de que não tenho o direito de deixá-lo inconclusivo. Pretendo postar algumas entradas neste Blog como uma maneira de registrar a evolução dos trabalhos. Espero que vocês participem e me ajudem nesta tarefa. Abraços a todos